As fake news existiam antes da internet e a mídia tradicional também espalha notícias falsas
O termo fake news vem sendo usado com muita frequência em diversas ocorrências e a grande mídia (grandes portais, canais de TV e outras mídias tradicionais) sempre ataca a internet como o grande “ninho” das notícias falsas. Mas será que o canal de TV mais assistido do país ou o portal de notícias e variedades mais acessado não usam o seu poder de persuasão para moldar as notícias segundo os seus interesses?
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Como profissional da comunicação, percebo a importância cada vez maior da qualidade das informações para o saudável desenvolvimento da sociedade ou sua ruína. Falar sobre no que as pessoas estão acreditando é fundamental e faremos isso no artigo de hoje, mas vamos por partes.
O que são fake news?
Antes de aprofundarmos o assunto, é importante saber que fake news são notícias com dados ou informações inventadas para alterar a interpretação e opinião das pessoas sobre determinados assuntos. O termo vem do inglês fake (falso/falsa) e news (notícia/notícias), ou seja, notícias falsas.
O ser humano precisa comunicar-se
Sabia que um homem vislumbrou o que seria a internet quase trinta anos antes de ser inventada? Trata-se de Herbert Marshall McLuhan, um destacado educador, intelectual, filósofo e teórico da comunicação canadense, conhecido por sua máxima de que “o meio é a mensagem” e por ter cunhado o termo “aldeia global”.
Uma análise do teórico canadense trata os meios de comunicação como extensões do homem. Dessa forma, é preciso ter em mente que a fofoca ao pé do ouvido vem sendo amplificada ao longo dos tempos, viralizou, caiu na rede, globalizou-se.
Atualmente, uma informação falsa ou equivocada pode espalhar-se pelo mundo inteiro antes de ser desmentida. E pior, mesmo que seja desmentida, não será na proporção em que se propagou inicialmente. Alguns profissionais inescrupulosos aproveitam-se propositalmente dessa “falha no sistema”. Sobre este tema, recomendo o excelente livro Acredite, Estou Mentindo, de Ryan Holiday onde você vai ver que o jogo das fake news atualmente é mais sujo do que você imagina.
Não é só nas redes sociais que tem fake news
É preciso ter senso crítico para perceber que as falsas notícias têm sido atribuídas de forma generalizada às mídias sociais e à internet, mas na verdade, elas ocorrem também nos veículos tradicionais: jornais, rádios e TVs. Aliás, o impacto e os danos causados por uma fake news na grande imprensa é bem maior do que aqueles provocados pela divulgação de boatos nos meios eletrônicos, pois os meios tradicionais ainda possuem um verniz de credibilidade.
A mistura entre verdade e mentira aconteceu muitas vezes desde a Antiguidade, e essas realidades falsas influenciaram nosso presente. Já escreveu o grande historiador francês Paul Veyne em seu ensaio Os Gregos Acreditavam em Seus Mitos? (Unesp): “Os homens não encontram a verdade, a constroem, como constroem sua história”.
Para uma análise detalhada do efeito de algumas fake news ao longo da história, recomendo que você confira o artigo A longa história das notícias falsas, do jornal El País, que vai te ajudar a perceber como são os interesses e não os meios que impulsionam a criação e a disseminação de uma notícia falsa.
Um panorama atual
As narrativas midiáticas ou testemunhais reproduzem os fatos a partir do seu ponto de vista, ou da vista de um ponto, ou seja, sempre como versão de um fato. E essa versão é, invariavelmente, contaminada pela cultura, pela ideologia, modos de ver e de dizer (e principalmente dos interesses) do emissor da vez.
Cabe a nós, consumidores das verdades atuais, que transformam-se a cada semana, ter senso crítico para não engolir qualquer ideologia barata que serve apenas para causar desordens e nutrir os interesses de regimes e organizações perversas.
Você continua achando que as TVs, jornais tracionais e grandes portais não possuem interesses e nunca mentem?