120 pegadinhas da Língua Portuguesa que podem te derrubar em concursos públicos
É interessante saber que a Língua Portuguesa é cheia de regras, interpretações e situações que podem ser complicadas. Nem sempre é possível se lembrar de tudo e é muito fácil cair nas famosas pegadinhas dos concursos públicos. Para ajudar, o Tudo Sobre Concursos fez uma lista muito interessante com 120 pegadinhas da Língua Portuguesa para você que quer entender melhor e sair na frente de seus concorrentes nas questões da matéria.
Pegadinha 1
Termo muito usado e completamente errado. Certos verbos são essencialmente pronominais como suicidar-se, por exemplo. Outros, porém, jamais podem ser usados com pronomes, como os verbos da dica anterior, simpatizar ou antipatizar.
Trazemos um desses verbos que jamais são usados com pronome, que é o verbo aparecer. Esse é um típico verbo intransitivo. Não admite voz reflexiva, objetos de espécie alguma. Não se pode aparecer ninguém e, também, aparecer a si mesmo. Escreve-se corretamente, assim:
Pegadinha 2
Neste tópico de dicas de português para concursos, a expressão é que não é genuinamente um verbo. Trata-se simplesmente de uma locução de realce, que a usamos, evidentemente, para dar destaque à ideia expressa na frase.
Por tratar-se de um mero adorno frasal, essa locução é totalmente dispensável sem prejuízo para o sentido da oração. Exemplo: É os banqueiros que acabam lucrando. = Os banqueiros acabam lucrando. (A igualdade é de significação, é lógico.)
Mais exemplos:
Só nós dois é que sabemos o quanto nos queremos bem. (Letra de canção portuguesa.) Seria ridículo dizer: Só nós dois somos que sabemos o quanto nos queremos bem. A frase original pode ser escrita, sem nenhum prejuízo para a sua significação: Só nós dois sabemos o quanto nos queremos bem.
É eles que representarão o presidente. Essa frase está correta. Estaria incorreta se fosse escrita assim: São eles que representarão o presidente. Se eliminarmos do contexto a expressão de realce é que, veremos que o sentido é o mesmo: Eles representarão o
presidente.
Muito cuidado! Nas questões de português, sobre concordância verbal, as organizadoras de vestibulares e concursos públicos costumam usar, de vez em quando, frases desse tipo, induzindo o vestibulando ou concursando a considerá-las incorretas.
Concluindo, indicamos como escrita correta da frase do topo a seguinte construção:
É os banqueiros que acabam lucrando.
ou
Os banqueiros é que acabam lucrando.
Lembrar: é que – é uma locução de realce.
Pegadinha 3
Veja, a seguir, outros exemplos corretamente escritos:
Invasão de privacidade.
Invasão de domicílio.
A invasão do estádio pela polícia deu-se às 20 horas de ontem.
Pegadinha 4
Para que alguém consiga dormir no volante, é necessário que este seja, no mínimo, do tamanho de uma cama. Convenhamos, volantes desse tamanho ainda não foram fabricados.
Então, melhor seria dormir no banco do automóvel ou, mais adequadamente, em uma cama com mais conforto. Quem dorme bem, dorme em algum lugar. Já “dormir próximo” ou “junto” significa dormir a (preposição) com o respectivo artigo (o ou a). O correto seria escrever:
A seguir, outros exemplos de frases corretamente grafadas:
A moça dormiu ao computador.
O marinheiro dormiu ao timão.
Romeu dormia à janela de Julieta.
Pegadinha 5
Parasita, com a final, é denominação exclusiva de certas plantas. Para pessoas e animais, usa-se parasito. O correto seria escrever:
Marcos é um parasito da mulher.
Eis outros exemplos de frases corretamente grafadas:
Raquel age como um parasito da mãe.
Há sujeitos que são autênticos parasitos da sociedade.
A pulga é um parasito, como também o é o carrapato.
Precisamos exterminar as parasitas que estão nessa árvore.
As parasitas debilitaram nosso pomar.
Pegadinha 6
Confesso que me simpatizei com ela.
O verbo simpatizar, como também seu antônimo antipatizar não são empregados com pronomes. Portanto, escreve-se correto, grafando-se assim:
Confesso que simpatizei com ela.
Abaixo, seguem outros exemplos de frases corretamente escritas:
Você simpatizou com a moça, mas ela antipatizou com você.
Antipatizo com políticos em geral.
Simpatizamos com a nova professora.
Eles antipatizam conosco.
Pegadinha 7
Começou nevar hoje cedo em Urubici.
Certas notícias são dadas de modo negligente, sem nenhuma preocupação com as regras do idioma. O verbo começar forma locução com outro verbo, no infinitivo, por intermédio da preposição a. Exemplos:
Nice começou a chorar.
Naquela hora, Eliane começou a rir.
Começou a chover.
Eis a frase do topo corretamente escrita:
Pegadinha 8
O verbo reparar assume dois significados. O que irá determiná-los é a presença ou não da preposição em. Veja, a seguir:
Com a preposição em significa notar, observar: Repare nos exemplos que damos nesta lição de gramática.
Entre, mas não repare na bagunça.
Posso escrever, porém não reparem em meus erros de português.
Sem a preposição em, significa consertar, indenizar: O técnico reparou o computador que estava avariado.
A empresa reparou os danos causados.
O juiz condenou o prefeito a reparar os prejuízos sofridos pelos camelôs.
O mecânico reparará o motor do carro.
Então escreve-se corretamente a frase original da seguinte maneira:
Pegadinha 9
As palavras residente, morador, situado e sua forma reduzida sito não admitem a preposição a para ligar-se ao respectivo logradouro, mas, sim, a preposição locativa em. Não se diz, por exemplo, que um imóvel está situado a Campinas, porém em Campinas.
Veja os exemplos que seguem: O escritório, sito na Rua Filisbina, recebe seus clientes de segunda a sexta-feira. O prédio está situado na Avenida Duque de Caxias. Márcio, morador na Travessa Cotia, prestou depoimento ontem. Resido na Alameda Tabajara.
A frase do topo escrita corretamente fica assim:
Pegadinha 10
Costuma se fazer bons negócios nesta feira.
O verbo concorda com o seu sujeito, na voz passiva. Observe que temos dois verbos, um auxiliar e outro, principal.
Veja outros exemplos de uso da voz passiva em situações semelhantes: Não se podem prever essas situações. (Não podem ser previstas essas situações.) Devem-se devolver os crachás ao final do evento. (Devem ser devolvidos os crachás ao final do evento.)
A frase inicial estaria corretamente escrita da seguinte maneira:
Pegadinha 11
O verbo exceder não admite preposição. Outros exemplos: O motorista foi multado porque excedeu os limites de peso de carga de seu caminhão. (Errado: O motorista foi multado porque excedeu dos limites de peso de carga de seu caminhão.) Lotação: 42 passageiros. Não exceda este limite. (Errado: Lotação: 42 passageiros. Não exceda deste limite.)
O certo seria escrever a frase original do seguinte modo:
Pegadinha 12
Para muitas pessoas, há uma confusão muito grande, envolvendo os significados das palavras dever e deveres. Inicialmente, determinemos suas semânticas, conforme os bons dicionários:
dever: obrigação;
deveres: tarefas (sempre no plural).
O exemplo seguinte economiza muita explicação e esclarece a questão:
O dever de cada estudante é fazer seus deveres escolares.
Talvez, esta regrinha ajude a estabelecer com mais clareza a distinção:
deveres (tarefas) se fazem;
dever (obrigação) se cumpre.
Outros exemplos:
Ele cumpriu o dever de pai.
O dever de todo militar é servir o seu país.
Deixei de fazer os deveres de geografia.
Ela não dá conta de realizar os deveres domésticos. Precisa de uma empregada.
A frase original, corrigida, fica assim:
Pegadinha 13
Aqui está uma dica de português para vestibular e concurso, a qual tem gerado muita controvérsia. A palavra alerta pertence à classe dos advérbios e, como tais, é invariável. Não se flexiona para indicar gênero (Ele está alerta.), como também para indicar número (Permaneço alerta. Permanecemos alerta. Eles permanecem alerta.). Só se admite variação, quando substantivada, isto é, quando a palavra estiver acompanhada de artigo (Esqueci os alertas do comandante.).
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
Pegadinha 14
Esta seção de dicas de português para concursos expõe um grande equívoco de uso das palavras continuidade e continuação, conforme se explica a seguir.
continuidade — propriedade física da superfície dos corpos;
continuação — prosseguimento;
Exemplos:
A continuidade do grande espelho do salão foi afetada por uma rachadura na parte superior direita.
A continuidade do leito da ponte foi interrompida por uma trinca de uns dez centímetros, de lado a lado.
Em continuação a esta exposição de razões, falarei, agora, sobre os meninos de rua.
Precisamos dar continuação àquela partida de xadrez, no prazo máximo de cinco dias contados de sua interrupção.
Depois que o aluno alterado retirou-se da sala, o professor deu continuação à aula.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
Pegadinha 15
Eis uma seção de dicas de português para vestibulares e concursos cuja sutileza muita gente boa não percebe.
O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação sem preposição.
O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo:
Ele é sargento do exército.
Ela é maior de 14 anos.
Ela é a rainha do colégio.
Ele é menor de 6 anos.
Meu pai é professor.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
Pegadinha 16
Sou difícil de fazer amizade.
Neste tópico de dicas de português para concursos, a frase já se inicia por uma incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se espera. O que é difícil não é a pessoa, mas sim a ação de fazer amizade. O sujeito dessa frase é oracional — fazer amizade — e o predicativo é difícil. O verbo é de ligação — ser.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
ou
Fazer amizade me é difícil.
ou
Fazer amizade é difícil para mim.
Pegadinha 17
Esta pegadinha de português para vestibular e concurso aborda um deslize sutil e corriqueiro, ideal para uma questão de concurso. Não devemos, jamais, comunicar uma pessoa, seja ela quem for. O que se comunica é o objeto da comunicação, isto é, o assunto, o fato ocorrido. Comunica-se, sim, à pessoa um determinado fato.
O verbo comunicar possui dois objetos. Um deles é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a comunicação. A esse objeto o verbo se liga sempre por meio de preposição. O outro complemento verbal é o objeto direto, que representa o fato comunicado.
Veja os seguintes exemplos: Daniel comunicou ao Mário a demissão da antiga secretária
O presidente comunicou ao povo a decisão que tomara quando decidiu o caso.
O marido comunicou à mulher que naquele dia não iria almoçar em casa.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
Pegadinha 18
A rapariga está meia aborrecida.
Mais um exemplo de pegadinha que tirou preciosos pontos para a aprovação de muitos vestibulandos e concursandos. Meia, modificando substantivo, é adjetivo e varia em gênero e número.
Exemplos:
Meio litro de água. (metade do litro)
Meia xícara de café. (metade da xícara)
Ele fala em meias palavras. (metade das palavras, como metáfora de “não dizer tudo”)
Ele se expressa em meios termos. (idem, explicação acima)
Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como tal, não varia. Exemplos:
Ela está meio triste.
As duas moças permanecem meio confusas.
Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:
Pegadinha 19
Este caso exige-nos atenção redobrada. Embora saibamos que a expressão “mais de um artista” representa, no mínimo, duas pessoas, devemos levar o verbo à forma da terceira pessoa singular cantará, fazendo a concordância gramatical com o numeral um da expressão “mais de um”.
Veja outros exemplos:
Mais de um automóvel foi sorteado.
Mais de uma mulher assistiu à cena.
Do mesmo modo, é feita a concordância de frases do tipo Menos de dois alunos fizeram a prova. Nessa frase, embora compreendamos que a expressão “menos de dois alunos” representa, quantitativamente, um aluno; a concordância também é gramatical, com base no numeral dois da expressão “menos de dois alunos”, e não ideológica, isto é,
com a idéia ou sentido que a frase puder sugerir.
Outros exemplos:
Menos de dois livros, foram queimados no incêndio.
Menos de duas moças saíram antes de o espetáculo se findar.
Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:
Pegadinha 20
Esta pegadinha nos lembra uma famosa música dos anos setentas — Eu nasci há dez mil anos atrás. Há excesso nessa frase! Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que existe redundância, isto é, repetição viciosa, que só empobrece a linguagem de quem a comete. O verbo haver, por si só, já representa “tempo transcorrido”, a palavra atrás é redundante. Deve-se, portanto, escolher — ou se escreve há, do verbo haver, ou atrás. Então, depois de corrigida a frase inicial, poderia ser escrita de duas maneiras:
ou
Eu nasci trinta e cinco anos atrás.
Pegadinha 21
Neste caso, apresenta-se um verbo comumente usado de maneira errada em algumas de suas formas. Nesta oportunidade falaremos apenas sobre um desses deslizes cometidos com o uso indevido do verbo vir. Ninguém diz: “estivemos aqui, nesta hora.” Diz-se, porém, no tempo certo: “estamos aqui, nesta hora.” Se é “nesta hora” que o fato ocorre, então, o verbo deve estar no presente.
Então, depois da correção, tem sua frase inicial assim escrita:
Pegadinha 22
O político que se pode confiar ainda não nasceu.
Este é erro próprio da fala popular, linguagem que não está nem aí para a regência verbal. Erros desse tipo são muito explorados em provas de vestibulares e concursos públicos. Esteja alerta, caro leitor. A regência do verto confiar exige a preposição em, pois quem confia, confia em alguém, e não confia alguém.
Este tópico, depois da correção, tem sua frase inicial escrita assim:
Pegadinha 23
Neste tópico, focalizamos um aspecto muito explorado em provas de vestibulares e concursos públicos – o plural dos diminutivos em -zinho -, que é feito do seguinte modo:
A – leva-se o substantivo ao plural em seu grau normal: pastéis;
B – retira-se o s final: pastei;
C – acrescenta-se -zinhos, e pronto: pasteizinhos.
Outros exemplos:
pãezinhos
carreteizinhos
limõezinhos
caracoizinhos
aneizinhos
Depois da correção, a frase correta fica assim:
Pegadinha 24
Esta pegadinha que, de vez em quando, figura em provas de vestibular e concurso, sempre acaba tirando candidatos do páreo. A palavra que se refere a horas é meia e não meio. Diz-se nove horas e meia, vinte horas e meia e assim por diante. Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
Pegadinha 25
Esta pegadinha apresenta mais uma popularização errônea de uma palavra. Peixe não tem espinhos. Isso é próprio de certas plantas e, quando muito, do porco-espinho. Peixe tem espinhas. É bom estar preparado para a ocorrência de casos como o desta dica, em provas de vestibular e concurso.
Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
Pegadinha 26
Esta pegadinha nos adverte para não confundir estado físico ou mental com estado político. Russa refere-se à Rússia. Quando se quer dizer que a situação está feia, diz-se que está ruça (com ç), que significa a cor pardacenta, escura. Em provas de vestibular e concurso, não é raro questões desse gênero.
Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
Pegadinha 27
Eis um tema frequentemente cobrado em provas de vestibular e concurso — a concordância nominal. A frase em destaque, acima, está mal formulada quanto ao aspecto da concordância nominal. Mesmo que haja uma lista ou uma série de elementos antes do artigo, este deve concordar com o elemento mais próximo. O artigo deve ficar no singular, diante de palavra no singular.
Exemplos:
Este cartório serve a 2ª e 3ª varas de família.
A revogação atingiu o 4º, 5º, 6º e 7º artigos da antiga lei.
Estamos discutindo o I e II itens do contrato.
A 1ª, 2ª e 3ª séries terão aulas de educação física.
Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
Pegadinha 28
O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregue o relatório.
Nesta pegadinha, temos que considerar que existem duas línguas faladas no País — a culta e a popular. Esta é falada sem nenhuma preocupação com o idioma, enquanto aquela cujo conhecimento é exigido em provas de vestibular e concurso, subordina-se às normas da língua portuguesa falada no Brasil. O verbo entregar possui dois particípios — entregue e entregado. Com os verbos ter e haver, usa-se entregado. Por outro lado, a forma entregue é usada com os verbos ser e estar.
Exemplos:
A moça não havia entregado o bilhete.
João já tinha entregado as passagens.
Uma lista nova é entregue todas as manhãs.
Não se preocupe, a encomenda foi entregue.
A mercadoria está entregue.
A frase acima, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 29
Nesta frase o pronome se está tornando a frase incoerente, isto é, o emprego desse pronome é inadequado. Em provas de vestibular e concurso público, esse tipo de ocorrência provoca a chamada incoerência textual ou linguagem inconsequente.
Ninguém acorda a si mesmo! Cada indivíduo, simplesmente, acorda ou, então, é acordado por alguém, algum som alto, um terremoto etc. Agora, decididamente, acordar a si mesmo é proeza que escapa à habilidade humana. A frase equivocada, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 30
A expressão criar novos é da mesma família de subir pra cima, descer pra baixo, chutar com os pés etc. Já que não é viável criar nada velho, escreva-se, pois, apenas criar, e pronto! A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 31
Faz-se três construções com o verbo importar-se, sempre pronominal no sentido de ter
importância ou interesse:
1 – quando o sujeito for uma oração introduzida pela conjunção integrante que, o
verbo importar deve estar no subjuntivo (exclusivamente para casos como o da
presente dica). Exemplos:
Não me importa que você discorde.
Não me importa que o partido perca.
2 – quando o sujeito não for uma oração, usa-se somente importa, sem a
conjunção que:
Não me importa a derrota da Argentina.
3 – se ao verbo seguir a preposição com, emprega-se importo, forma do presente
do indicativo. Exemplos:
Não me importo com tuas lamúrias.
Não me importo com frescuras.
Outros exemplos em outros tempos verbais:
Não me importará que ele vença a competição.
Não me importaria que Márcia dissesse a verdade.
Naquela época, não me importava que a economia fosse mal.
Não me importaram os elogios baratos.
Não me importou a vitória inglesa.
Não me importarei com divertimentos banais.
Não me importava com coisa alguma.
Depois da correção, a frase fica assim:
Pegadinha 32
Esta é uma questão de transitividade verbal. O verbo agradar, usado como transitivo
direto, significa fazer carinho, mimar, enfim fazer as vontades.
Exemplos:
A mãe agrada o filho recém-nascido, a fim de que ele pare de chorar.
A namorada agrada o rapaz, com elogios e atenções desmedidos.
Conforme exposto acima, palestra nenhuma poderá agradar os congressistas ou quem
quer que seja.
Uma boa palestra, mas só se for boa mesmo, poderá agradar aos congressistas (note a
preposição a); pois o verbo agradar, usado como transitivo indireto, significa
corresponder à expectativa, satisfazer, produzir agrado. Veja outros exemplos de
frases com o verbo agradar, empregado como transitivo indireto. Exemplos:
O filme agradou aos estudantes.
A prova agradou aos candidatos.
O resultado não agradou a mim.
A frase inicial, depois da correção, se apresenta assim:
Pegadinha 33
Não se mistura um (singular) com mil (plural). Com mil só se usam os numerais dois,
três, quatro e os que exprimirem valor superior.
Exemplos:
Comprei mil quilos de farinha.
Vendemos mil quilos de peixe,
Transportamos dois mil suínos para o Nordeste.
Trouxemos seis mil sacas de cimento.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 34
Neste caso, quem acaba perdendo, verdadeiramente, é quem diz ou escreve uma frase
dessas, desperdiçando a oportunidade de calar-se. O verbo chutar admite as seguintes
regências: chutar a, chutar para, chutar contra ou, simplesmente, chutar. Exemplos:
O jogador chutou a gol.
O jogador chutou para o gol.
O jogador chutou contra o gol.
O goleiro chutou para fora.
O jogador chutou acima da trave. (E não: … em cima da trave.)
A expressão dar chutes pode ser usada, também, com a preposição em. Exemplos:
O jogador deu chutes na bola contra o gol adversário.
A criança dava chutes na porta.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 35
Aonde somente se emprega com verbos e expressões que indicam movimento:
E agora! Vamos aonde?
Determinaram sua ida aonde?
Já, para designar um local, usa-se onde:
Trabalho onde poucos teriam coragem de trabalhar.
A frase inicial, devidamente corrigida, fica assim:
Pegadinha 36
A palavra obrigação exige um tipo de preposição, conforme o elemento ao qual se refere. Referindo-se a nomes, no sentido de fazer uma determinada ação, obrigação exige a preposição a. Referindo-se a verbos, exige a preposição de. Já, referindo-se a nomes, usada sempre no plural (obrigações), no sentido de compromisso, exige a combinação das preposições para com.
Exemplos:
A obrigação ao alistamento militar é intransmissível. (fazer o alistamento)
A obrigação de pagar as custas é do requerente.
Todo técnico de futebol tem obrigação para com seus jogadores.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 37
Toda a (note a presença do artigo) significa inteira. Depois desse entendimento, a frase
parece esdrúxula da cabeça aos pés!
Toda (note a ausência do artigo) significa qualquer. Agora, sim, a frase passa a ter sentido,
pois se quer referir, na frase inicial, a qualquer mulher, e não à mulher inteira.
Veja os seguintes exemplos:
Todo homem deveria falar uma língua além da materna. (qualquer homem)
Todo o homem tremia de frio. (o homem inteiro)
Toda a cidade festejou a vitória do time. (a cidade inteira)
Toda cidade tem problemas com drogas. (qualquer cidade)
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 38
Esta frase representa uma pedra no sapato para muitos candidatos. O futuro do
subjuntivo do verbo ver faz-se assim: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 39
Eis um equívoco no uso da regência nominal. Curioso e curiosidade pedem a preposição de para unirem-se a seus complementos. Algumas vezes, ficamos curiosos de ou temos curiosidade de alguma coisa, porém jamais por alguma coisa.
Exemplos:
Curioso de saber por que errava tanto, resolvi ler mais e estudar português.
Curioso de vê-lo chegar àquela hora, quis saber onde estivera.
A curiosidade infantil de entender como o rádio funcionava levou-o à faculdade de
engenharia, na qual destacou-se como o mais qualificado aluno.
A palavra curioso pode ser usada sem complemento. Algumas pessoas são levadas a
confundir a regência nessa construção, achando, erroneamente, que curioso pede a
preposição por.
Exemplo:
Sou curioso por estar sempre inquieto.
Levando a frase acima à ordem direta, comprova-se que a preposição não é exigida pela
palavra curioso, mas apenas é parte integrante do adjunto adverbial de modo:
Por estar sempre inquieto, sou curioso.
A frase correta seria:
Pegadinha 40
A presente frase apresenta erro no uso do infinitivo. Não se flexiona o infinitivo que vem depois das expressões difíceis de, fáceis de, bons de, gostosos de etc.
Exemplos:
Filmes difíceis de compreender.
As explicações da professora são fáceis de entender.
São trabalhos bons de realizar.
Bolos gostosos de saborear.
A frase acima estará correta, se assim for escrita:
Pegadinha 41
Esta frase é de relativa importância para quem vai prestar provas de concursos. Entre
se relaciona com e, e não com a:
O espetáculo começará entre vinte e vinte e uma horas.
Se na frase não constar a palavra entre, tudo bem! Nesse caso, usa-se a preposição a:
A altura da fogueira oscilava de trinta a quarenta metros.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 42
Nesta pegadinha, aborda-se a diferença de significado de um verbo, conforme a preposição que o acompanha. Veja, a seguir, os possíveis significados do verbo investir:
1 – usado com a preposição em, significa empossar, aplicar dinheiro:
O presidente do tribunal investiu Márcio no cargo de analista.
O corruptos investem em bolsas estrangeiras.
2 – no sentido de atacar é usado com as preposições contra ou sobre:
A onça investe contra (ou sobre) o caçador.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 43
Nesta pegadinha falaremos sobre um verbo com certas anomalias. Trata-se do verbo ressarcir. Esse verbo só é conjugado nas formas em que o acento tônico não incide no radical. Desse modo, o presente do indicativo só possui as formas: ressarcimos e ressarcis.
Quando não existe uma determinada forma verbal, substituímos por outra de mesmo significado. Em nosso caso, podemos permutar pelas correspondentes formas dos
verbos compensar, indenizar ou outro equivalente.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 44
O vocábulo moral (a moral, no feminino) quer dizer relativo à moralidade, aos bons costumes, que procede conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes, diz-se de tudo que é decente, educativo e instrutivo (Dic. Michaelis).. Um indivíduo sem nenhuma moral é um devasso.
Já, no masculino (o moral) quer dizer disposição do espírito, energia para suportar as dificuldades, os perigos; ânimo. Um indivíduo sem nenhum moral é alguém desanimado, desmotivado.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 45
Não se pospõe artigo ao pronome cujo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 46
Algumas pessoas pronunciam e escrevem fleira incorretamente. A grafia correta é freira, e também é assim que se pronuncia.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 47
Estou defronte ao portão.
Não existe essa construção na língua portuguesa. Faz-se somente defronte de.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 48
Veja, a seguir, as corretas regências de inscrição, inscrito e inscrever.
1 – Inscrição a:
Fiz minha inscrição ao concurso do TRT.
As inscrições ao vestibular iniciam-se amanhã.
2 – Inscrito em, para:
Você está inscrito no (ou para o) vestibular.
Estão inscritos para o (ou no) concurso do TRE.
3 – Inscrever em:
Para inscrever-se neste concurso é necessário falar inglês fluentemente.
Ele se inscreveu no vestibular.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 49
Quem está, está em algum lugar, e não está para algum lugar. Só se admite estar para no cálculo de proporções: dois está para três, assim como nove está para x.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 50
Para se servir pizza na porta, esta precisa antes ser retirada de seu caixilho e, depois, usada como uma grande bandeja ou tampo de mesa. Aí, sim! A pizza será servida na porta, como usualmente é servida no prato, na pedra, ou na superfície de outro utensílio de cozinha próprio para servir refeições.
Exemplos:
A pizza foi servida no prato.
A pizza foi servida na mesa de mármore branco.
Agora, quando se desejar que a pizza seja servida próximo ou junto a um determinado
local, usa-se a preposição a contraída com o artigo a ou o. Exemplos:
Sirva-nos à mesa!
A pizza foi servida ao balcão da lanchonete.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 51
Quando a intenção é dizer “sem ser notado”, usa-se despercebido, e não desapercebido.
Esta palavra (desapercebido) significa despreparado, desprevenido.
Exemplos:
O ladrão entrou, foi à sala, pegou o relógio e saiu despercebido. (despercebido: sem ser notado; sem que o notassem)
Não comprei o relógio porque estava desapercebido de dinheiro. (desapercebido: desprevenido de dinheiro, sem dinheiro)
A frase inicial, reescrita com correção, fica assim:
Pegadinha 52
Engajar pede a preposição em, e não a.
Exemplos:
Resolvi engajar no exército.
Samuel está engajado na luta sindical.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 53
Eis uma importante questão de concordância nominal em que deslizaram muitos concursandos. A chave para o entendimento desse caso é a presença ou não do artigo. A presença do artigo, antes de cada numeral de uma série, torna optativa a pluralização do substantivo ao qual se relaciona.
Exemplos:
Os alunos do 1º e do 2º grau farão a prova de português. (Frase correta.)
Os alunos do 1º e do 2º graus farão a prova de português. (Frase correta.)
Agora, se não houver repetição do artigo, é obrigatório o uso do plural. Exemplo:
Os moradores do 6º e 7º andares pagarão condomínio em dobro. (Frase correta.)
Os moradores do 6º e 7º andar pagarão condomínio em dobro. (Frase ERRADA.)
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 54
O ministro destinou vultuosa quantia para a execução do projeto.
A sutil inclusão de uma letra — o u que sucede o t em “vultuoso — produz uma expressiva alteração de sentido em relação a vultoso.
Vultuoso quer dizer inchado, volumoso.
Exemplos:
Pálpebras vultuosas.
Rosto vultuoso.
Vultoso significa muito grande, de grande vulto, elevado, enorme. Exemplos:
Verba vultosa.
Cheque de valor vultoso.
Silhueta vultosa.
Receita vultosa.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 55
A esquadra de Cabral aportou na Bahia em 1500.
Aportar quer dizer chegar, chegar ao porto, chegar ao aeroporto etc. Pela sua regência, aportar exige a preposição a.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 56
Ele bebeu todo o aguardente que havia na garrafa.
Aguardente é palavra do gênero feminino e, por isso, usa-se com palavras também no
feminino.
Nesta página de dicas de português para concursos, reescreve-se a frase inicial com
correção do seguinte modo:
Pegadinha 57
Bebedor é aquele que bebe. O sufixo dor designa o agente da ação de beber. Já bebedouro é o lugar onde se bebe. O sufixo douro informa o lugar, o local.
Essa troca indevida de sufixos é muito comum na língua popular. Citem-se como
exemplos:
babador em vez de babadouro
matador em vez de matadouro
escorregador em vez de escorregadouro
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 58
A grafia correta da locução é todas as vezes que (sem a preposição em). Nessa locução,
por ser temporal, não se usa a preposição em, que é locativa, isto é, própria para referir-
se a lugar, local.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 59
Mais nada é uma expressão que, por si só, indica inexistência de qualquer coisa, ou seja, negação total. É muito esquisito escrever antes de qualquer coisa que não existe.
O correto e, por conseguinte, coerente seria usar expressões do tipo antes de qualquer
coisa, antes de tudo etc.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 60
Esta pegadinha nos traz um discreto obstáculo, em que tropeçam muitos concursandos.
O pronome relativo onde só pode referir-se a lugar físico ou assim considerado como
se o fosse, local. Exemplos:
A cidade, onde moro, é distante da sua. (onde refere-se a “cidade”, que é um local, um
lugar físico)
Esta é a rua onde a vi pela última vez. (onde refere-se a rua, que é lugar físico)
O teatro, onde ela se apresentou, estava lotado. (onde refere-se a teatro, que é lugar
físico)
Mas, na frase:
Isso aconteceu numa época onde a superstição fervilhava na cabeça do povo.
(CONSTRUÇÃO CONDENÁVEL. Onde está se referindo a época, que NÃO é lugar
físico.
Empregam-se os pronomes relativos no qual, na qual, nos quais, nas quais, em que
sempre que o referente não for um lugar físico, um local, para evitar o uso indevido do
pronome onde.
A frase correta fica assim grafada:
Pegadinha 61
Esta pegadinha nos mostra como aumentam as chances de errarmos, quando se coloca o verbo na frente do sujeito. Sempre que se encontrar uma oração iniciada por verbo, deve-se, antes de qualquer análise, se possível, colocá-la em ordem direta, isto é, distribuí-la nesta ordem: sujeito, predicado, complementos e adjuntos. Neste caso, a frase ficaria assim:
As informações confundiu-me de modo excessivo.
Agora, com a oração em ordem direta, ficou mais fácil de perceber o erro de
concordância entre o verbo e o seu sujeito. Então, corrigindo o erro em questão, ter-se-ia:
As informações confundiram-me de modo excessivo.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 62
Só se fosse passarinho, avião ou outra coisa que voa. A modelo faz pose para o fotógrafo fotografá-la. Se faz pose, o verbo certo é posar.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 63
Sequer é uma palavra que deve sempre ser antecedida de negativa. Exemplos:
Tomou a decisão sem sequer nos avisar. (INCORRETO: Tomou a decisão sequer nos avisar.)
Não fez sequer o mínimo que havíamos combinado. (INCORRETO: Fez sequer o mínimo que havíamos combinado.)
O contribuinte nem sequer foi notificado. (INCORRETO: O contribuinte sequer foi notificado.)
Nesta seção de dicas de português para concursos, o correto seria escrever a frase inicial
da seguinte maneira:
Pegadinha 64
O sujeito não pode ser preposicionado. Frase com sujeito preposicionado é muito
comum na linguagem inculta com sujeitos de verbos no infinitivo. Veja os exemplos a
seguir:
CERTO — É hora de eu aparecer.
ERRADO — É hora deu aparecer.
CERTO — No dia de ela chegar, vou ficar muito contente.
ERRADO — No dia dela chegar, vou ficar muito contente.
CERTO — Chegou a hora de a onça beber água.
ERRADO — Chegou a hora da onça beber água.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 65
O sujeito da frase é indeterminado. Neste caso, a indeterminação do sujeito é feita, justapondo-se o pronome se — que funciona como índice de indeterminação do sujeito — ao verbo na terceira pessoa do singular. Portanto, o verbo está flexionado de modo ERRADO. A forma verbal correta é no singular “Trata”.
Propositadamente, colocaram-se os demais elementos no plural, tentando confundir o leitor, levando-o a fazer a concordância verbal com a palavra assuntos. Assuntos é complemento do verbo tratar, e complemento não influencia na concordância verbal. O verbo só varia para concordar com o sujeito, e como este é indeterminado pelo pronome “se”, o verbo não poderá sofrer flexão para fazer qualquer tipo de concordância, uma vez que se sabe que existe sujeito, mas não se sabe quem é, nem quantos são.
Observe outros exemplos semelhantes que seguem:
Precisa-se de carpinteiros.
Nesta hora, apela-se para todos os meios.
Discordou-se dos fatos.
Falava-se de muitas coisas na assembléia.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 66
O verbo haver deve concordar com o verbo estar. Se este estiver no imperfeito ou no mais-que-perfeito do indicativo, a concordância será feita com a forma havia.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 67
Mim não pode ser sujeito. Os pronomes que assumem a função de sujeito são os chamados pronomes do caso reto — eu, tu, ele, nós, vós, eles. Veja os exemplos seguintes:
Este casaco é para eu usar nos dias frios. (eu, sujeito do infinitivo “usar”)
Ela gosta de mim. (mim, objeto indireto da forma verbal “gosta”)
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 68
Perca é a forma verbal da primeira e terceira pessoas do singular do presente do subjuntivo. Perda é substantivo, que, obviamente, admite ser precedido de artigo.
Exemplos:
Mesmo que eu perca de início, não desanimarei. (perca é verbo)
Não me importa que o governo perca. (perca é verbo)
A perda de um ano de estudos não o abalou. (perda é substantivo)
Não entro nesse negócio porque quero evitar a perda de meu dinheirinho. (perda é
substantivo)
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 69
Você paga o valor do apartamento e eu o mobilio.
ssim se conjuga o verbo mobiliar, no presente do indicativo: eu mobílio, tu mobílias,
ele mobília, nós mobiliamos, vós mobiliais, eles mobíliam.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 70
Freiada é um grupo de religiosos denominados freis. Já, o ato de parar o carro é frear e
essa ação chama-se freada.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 71
Evite trabalhar em regime de excessão.
Eis um erro de ortografia. Este tipo de questão é muito explorado em provas de concurso.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 72
Esta pegadinha nos adverte do risco de errarmos ao confiarmos no som das palavras.
Embora homófonas na maior parte do Brasil, mau e mal têm significados e empregos
diferençados. Mau faz oposição a bom, e mal se opõe a bem. Veja os exemplos a
seguir:
mau humor ~ bom humor
mau cheiro ~ bom cheiro
mau caráter ~ bom caráter
mal estar ~ bem estar
mal afamado ~ bem afamado
mal-intencionado ~ bem intencionado
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 73
Deve-se preferir uma coisa a outra, e, jamais, uma coisa do que outra. Exemplos:
Prefiro laranja a goiaba.
Preferimos ir a ficar.
Ela preferiu falar a ficar calada.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 74
O verbo existir flexiona-se, como outro verbo qualquer, para concordar com seu sujeito, que, neste caso, é vestígios de vida. Muitas pessoas, erroneamente, dão o mesmo tratamento do verbo haver ao verbo existir. Realmente, o verbo haver, no sentido de existir é impessoal. Mas, o verbo existir é pessoal e varia, normalmente, para concordar com o sujeito.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 75
O verbo implicar, no sentido de ter como consequência, acarretar, é transitivo direto,
isto é, não se liga ao seu complemento por meio de preposição, mas, sim, diretamente.
Exemplos:
A sua dedicação aos estudos implicou a sua aprovação.
O amor implica muitas renúncias.
A transgressão implica multa.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 76
Só existe uma locução prepositiva na forma plural, que é a expensas de. Portanto, o correto é em via de.
Exemplos:
O cadastramento já está em via de descontrole administrativo.
Esse planeta encontra-se em via de extinção.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 77
A grama é vegetal que embeleza o solo do jardim. O grama é medida de massa, cuja unidade é o quilograma.
Exemplos:
Comprei um quilo e duzentos gramas de mortadela.
Um diamante de dois gramas.
Quero quatrocentos gramas de farinha.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 78
Essa locução deve ser escrita com duas palavras: por isso. Da mesma forma, escreve-se
de repente, e não derrepente.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 79
Nenhum se flexiona no plural para concordar com a palavra a que se refere.
Exemplos:
Nenhumas pessoas deixaram tantas saudades quanto aquelas.
Apesar de nenhuns alunos quererem compor a comissão, o caso prosseguiu.
A frase acima, após a correção, fica assim:
Pegadinha 80
Não se usa o verbo haver nessas expressões. O correto é nada a ver, com o verbo ver.
Também, estaria correto escrever não tem nada que ver. Escreve-se corretamente a frase inicial do seguinte modo:
Pegadinha 81
O verbo dar possui dois objetos. Um objeto direto e outro indireto.
Exemplos:
Dei à Helena uma linda bicicleta. (Objeto direto: uma linda bicicleta; objeto indireto: à Helena)
O boêmio dá à noite um significado fantasioso. (Objeto direto: um significado fantasioso; objeto indireto: à noite)
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 82
A expressão cerca de denota aproximação, arredondamento. É inadequado seu uso para introduzir informações numéricas exatas, precisas.
Exemplos:
CERTO: Cerca de “vinte” pessoas estavam presentes.
ERRADO: Cerca de “dezessete” pessoas estavam presentes.
CERTO: O livro tinha cerca de “duzentas” páginas.
ERRADO: O livro tinha cerca de “cento e noventa e sete” páginas.
CERTO: Ele fez cerca de mil gols em toda a sua carreira.
ERRADO: Ele fez cerca de mil e novecentos e noventa e oito gools em toda a sua
carreira.
A frase acima, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 83
Caro leitor, por gentileza, responda: O título do famoso romance de Maria José Dupré é
“Éramos em seis” ou “Éramos seis”?
É claro, a resposta certa é “Éramos seis”. A preposição em não pertence à expressão
em análise. Veja os exemplos:
Fomos cinco naquele fusquinha.
Vieram oito no helicóptero.
Ficamos vinte até o final da festa.
A frase inicial apresenta-se corretamente grafada da seguinte maneira:
Pegadinha 84
Na indicação de tempo futuro, usa-se apenas a.
Exemplos:
Estamos a dois dias da decisão do campeonato, a qual se dará domingo pela manhã.
Tomarei posse daqui a dez dias.
Na indicação de tempo passado, usa-se há ou a forma verbal faz. Exemplos:
Ele saiu há duas horas. ou Ele saiu faz duas horas.
Eu voltei há três dias. ou Eu voltei faz três dias.
A frase acima, após a correção, fica assim:
Pegadinha 85
Esta é uma pegadinha muito frequente em provas de português. Não se deve separar com vírgula o sujeito do seu verbo.
Então, a frase inicial, depois de corrigida, escreve-se assim:
Pegadinha 86
O homem polue os rios, os mares e as florestas.
Verbos cujo infinitivo termina em UIR possuem as formas UI ou OI: evolui, atribui, constrói, destrói. Já, os que têm o infinitivo em UAR, fazem UE: continue, atenue, jejue, recue. Este tipo de questão é muito comum em provas de concurso.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 87
Há erro de grafia. O certo é haja vista. Ambas as palavras da expressão terminam com a letra a.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 88
Espero que vocês viagem com conforto e segurança.
Viagem, com g, é substantivo:
Tenham uma boa viagem.
A viagem durou seis horas.
Viajem, com j, é verbo:
O juiz não quer que vocês viajem desacompanhadas de um responsável.
Mesmo que eles viajem amanhã, ainda chegarão dentro do prazo.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 89
O verbo explodir somente é conjugado em algumas pessoas. Precisamente, naquelas em
que a letra d é sucedida por e ou i. Assim:
A bomba explode. (CORRETO)
O carro explodiu. (CORRETO)
Quero que ela expluda. (ERRADO)
Quero que ela exploda. (ERRADO)
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 90
Si é pronome das terceiras pessoas (do singular e do plural). O pronome próprio da primeira pessoa do plural é nós.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 91
O verbo fazer, na indicação de tempo, é impessoal.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 92
Quem diz homão, em lugar de homenzarrão, também deve dizer murão, arvão, pão, casão em lugar, respectivamente, de muro, árvore, pé, casa. Os aumentativos desses substantivos são, na ordem apresentada acima, muralha, arvorezão, pezão, casarão. Se preferir, pode-se também dizer: homem grande, muro grande, árvore grande, pé
grande, casa grande.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Hoje, aquele menino é um homenzarrão.
ou, se preferir:
Pegadinha 93
A grafia porta-luva é errada. Construções desse tipo fazem-se com o verbo mais um substantivo no plural, sempre que seja possível a ocorrência, no plural, desses substantivos.
Veja outros exemplos:
porta-aviões
porta-cabos
porta-cigarros
porta-guardanapos
porta-revistas
porta-seios
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Pegadinha 94
Passar na porta é passar sobre a porta. Isso, de alguma forma, seria um despropósito, se pudesse ocorrer habitualmente. Exceto os casos acidentais, normalmente, diz-se que os veículos passam à porta, ao portão etc.
Escreveremos a frase original da seguinte maneira:
Pegadinha 95
Essa frase é de um famoso locutor esportivo de TV. Seria impossível para alguém conseguir virar a cabeça para o mesmo lado. Partindo dessa óbvia constatação, melhor seria virar a cabeça para a esquerda ou para a direita.
Escreveremos a frase original da seguinte maneira:
Pegadinha 96
Essa pérola, como a anterior, é do mesmo autor, um insigne locutor esportivo de TV.
Esse destaque do célebre comunicador nos remete a um quadro um tanto bizarro:
Assistir a uma partida de futebol, em que os times joguem em cima de chuva. Sejamos
menos extravagantes, dizendo apenas na chuva. Por acaso, o leitor já assistiu ao filme
“Dançando na chuva”, “Cantando na chuva”.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 97
A frase acima não contém nenhum erro de português. Trouxemo-la para dar ao leitor uma ideia de excesso textual, que não deixa de ser, em nível mais brando, a utilização do recurso “enchimento de linguiça”, acrescido de certa dose de incoerência.
Por acaso, o leitor já ouviu falar em alguma senha que tivesse sido cadastrada “sem sucesso”? Cremos que isso não tenha acontecido, pois se foi cadastrada, já se conseguiu o que queria. Tudo que vier depois disso é excesso e, como toda extravagância na escrita, só serve para cansar o leitor e empobrecer o texto. Fato que deve ser levado em conta quando se faz uma redação.
Escreve-se corretamente:
Pegadinha 98
Manchete como essa nos deixa perplexos diante das incertezas de uma decisão. Ao norte do Rio Grande do Sul, fica Santa Catarina. Para visitar os gaúchos, melhor seria desembarcar no norte do Rio Grande do Sul. Quem desembarca bem, desembarca em algum lugar. Já, os que não sabem o que querem, talvez por não conhecerem a língua que falam, desembarcam a algum lugar, que não deixa de ser um modo ridículo e errado de desembarcar.
Sejamos coerentes e escrevamos assim com correção:
Pegadinha 99
Posto que é conjunção subordinativa concessiva e equivale a embora. Alguns, por desconhecerem a língua que falam, usam-na com valor de coordenativa explicativa, em lugar de porque. Ninguém, em perfeito juízo e conhecedor do Português, dirá “Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre, embora (= posto que) podem se machucar”; mas sim, “Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre, porque podem se machucar”
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 100
Deve-se dizer que não se faz confirmação a nenhuma teoria. O correto seria fazer confirmação de teoria, tese etc.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 101
Os que anunciam dessa forma a sua disposição em dar aulas de piano podem ser notáveis mestres do instrumento, mas estão desafinando do Português. O verbo “dar”, que esta na voz passiva, deve concordar com seu sujeito “aulas”.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 102
Há redundâncias agasalhadas pela língua, como, por exemplo, antídoto contra, concordar com. Há outras chamadas redundâncias viciosas, condenadas pela língua culta, cujo exemplo pode ser a redundância ilustrada na frase evidenciada acima. Quando se diz absoluto, aí já está o mais, o infinito, o ilimitado, e, logicamente, não há lugar para aumentativo.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 103
É melhor habituar-se, primeiramente, à regência correta desse verbo. O correto é habituar-se a. Note a preposição a. Habituar-se a trabalhar, habituar-se ao trabalho.
Alguém precisa habituar-se a escrever com correção.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Pegadinha 104
No sentido de atrever-se, ousar, o correto é escrever sair-se. Usa-se sair-se também com o
significado de escapar-se, livrar-se.
Veja os exemplos abaixo:
Às vezes ela se sai com cada uma!
O político ouviu a ofensa e saiu-se com muita criatividade, como sempre.
Ao ver que haviam depositado o dinheiro em minha conta, procurei sair-me da incômoda
dívida.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Pegadinha 105
Abaixo a discriminação! Todavia, os gostos devem ser respeitados. O que não merece respeito é a negligência no uso do idioma, principalmente quando se deixa margem à dúvida ao determinar o sexo da filha por intermédio de uma redundância viciosa, como se fosse possível exitir uma filha “homem”, mesmo admitindo certas tendências.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Pegadinha 106
Prisma é um cristal com duas faces planas inclinadas, que decompõe a luz. A luz, portanto, passa através do prisma ou, também, pelo prisma. Não seria correto dizer que a luz passa sob o prisma.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
ou
O discurso, visto por este prisma, chega a ser uma afronta.
Pegadinha 107
Residente na rua das goiabeiras.
Os nomes de logradouros públicos são grafados com iniciais maiúsculas. Avenida Getúlio Vargas, Bosque das Mansões, Jardim das Acácias etc.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Pegadinha 108
A palavra pé possui vários significados em português. Aqui, ela está sendo usada no sentido de exemplar individual de uma planta. Nesse significado, dizer pé de goiabeira, por exemplo, pode-se imaginar a bizarra imagem de uma árvore com dezenas de outras menores dependuradas de seus ramos. Naturalmente, diz-se pé de goiaba. Pé de café em vez de pé de cafeeiro, e por aí se vai.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Pegadinha 109
O problema, aqui, é de concordância. Tal concorda com o termo antecedente moça.
Qual deveria concordar com o consequente amigas.
Veja os exemplos:
Esse menino é tal quais os pais.
Aqueles discípulos são tais qual seu mestre.
Percebe-se que os garotos são tais quais seus pais.
O correto é escrever:
Pegadinha 110
A palavra bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Para classificá-la corretamente deve-se substituí-la por muito ou muita. Se uma destas palavras variar, bastante é adjetivo; se não sofrer variação, é advérbio.
Veja os dois blocos de frases abaixo:
Se adjetivo, sofre variação:
Trouxeram bastantes frutas para o lanche da manhã. (bastantes = muitas)
Compareceram bastantes moças na festa. (bastantes = muitas)
No inverno passado, colhi bastantes frutos neste pomar. (bastantes = muitos)
Na caravana presidencial, viam-se bastantes mordomos. (bastantes = muitos)
Nem sei quantos livros há na minha biblioteca, mas sei que li bastantes. (bastantes = muitos)
Se advérbio, NÃO sofre variação:
Eles estudaram bastante, por isso foram aprovados no concurso. (bastante = muito)
As pessoas que dormem cedo e acordam cedo vivem bastante. (bastante = muito)
As moças eram bastante bonitas. (bastante = muito)
Li bastante em minha vida. (bastante = muito)
Nesta página de dicas de português para concursos, escreve-se corretamente:
Pegadinha 111
Estamos diante de umas das “pérolas” do judiciário, para nenhum cartorário botar defeito. O réu que está numa situação como a expressa pela frase acima, em destaque, está duas vezes em lugar incerto ou duas vezes em lugar não sabido. Na realidade, isto é, fora da hermenêutica judiciária, uma expressão exclui a outra porque a segunda retifica a primeira. Então, usar-se-á, neste caso, a conjunção ou.
Escreve-se corretamente:
Pegadinha 112
Poucas pessoas, no ambiente corporativo, poderão se interessar por uma partícula tão reduzida como a preposição de, uma vez que a moda em gestão empresarial é pensar grande. Pois é, é nisso que dá! Por que não escrevem também Departamento Relações Humanas em vez de Departamento de Relações Humanas, que é o correto; ou, então, Departamento Compras em vez de Departamento de Compras, que é o certo.
Escreve-se corretamente:
Pegadinha 113
E nós não engolimos esse erro de português, uma vez que o verbo engolir, no presente do indicativo, assim é conjugado: engulo, engoles, engole, engolimos, engolis, engolem.
Escreve-se com correção:
Pegadinha 114
O substantivo, precedido de palavra que exprime valor de coletivo, deve estar sempre na
forma plural. Exemplos:
Caixa de fósforos.
Balaio de roupas.
Maço de cigarros.
Por um punhado de dólares.
Par de sapatos. Escreve-se com correção:
Pegadinha 115
O quarto não cheira nada porque não tem olfato. O verbo cheirar é transitivo indireto e exige a preposição a, no sentido de exalar cheiro.
Exemplos:
Está cheirando a queimado.
A Praia de Imbituba cheirava a maresia, depois da ressaca.
Aquelas flores cheiravam a perfumes estranhos.
Escreve-se corretamente:
Pegadinha 116
Há muita confusão no uso das expressões ao invés de e em vez de. Ao invés de indica situação oposta, diretamente contrária. Em vez de assinala permuta, simples troca, escolha. Exemplos:
Ele encontrou a porta entreaberta e, ao invés de fechá-la, decidiu abri-la mais ainda.
(abrir é diretamente oposto a fechar)
Ao invés de sorrir, ela chorou. (chorar é diretamente oposto a sorrir)
Resolvi ir caminhar, em vez de jogar sinuca. (caminhar não é o oposto de jogar sinuca;
é apenas uma escolha, entre tantas outras ações)
Escreve-se corretamente:
Pegadinha 117
Eis, aqui, uma nomeação inadequada. Pelo menos, do ponto de vista gramatical. A correta nomeação dá-se com as preposições como, para, por.
Exemplos:
Resolveu-se nomeá-lo para chefe do setor.
Ontem, fui nomeado para investigar o caso.
Nomearam Cláudia para a chefia do departamento.
O presidente nomeou-o por secretário.
O ministro nomeou-o como superintendente.
Escreve-se com correção:
Pegadinha 118
Isso é “coisa” que jamais irá acontecer. Namorar com é namorar em companhia de alguém. Antigamente, nossos avós namoravam com alguém que vigiava o namoro. Hoje, os tempos são outros. Namora-se alguém, a sós, simplesmente. Os namorados não se sentem à vontade quando namoram com qualquer pessoa na sala, no jardim etc. O bom é que estejam sozinhos; pelo menos para os namorados.
Escreve-se corretamente:
Pegadinha 119
O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta é Houve problemas, sendo problemas o complemento (objeto) do verbo, não seu sujeito. A flexão indevida de haver é muito freqüente no Brasil, mas nunca ocorre quando o verbo se encontra no presente, só em outros tempos.
Com efeito, ninguém diria “Hão dificuldades”, mas dizem, equivocadamente, “Haviam”
ou “Haverão dificuldades”. Atenção: se se tratar de locução verbal, o verbo auxiliar será
afetado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular:
Deve haver mais candidatos, Poderá haver outras exigências.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Pegadinha 120
As casas só podem ser “geminadas”, pois a palavra é derivada de gêmeos. “Germinadas” nem pensar!
Germinar significa brotar, abrolhar, grelar, crescer, difundir-se, gerar, produzir :
Os grãos germinaram nos campos.
De uma boa palavra germina o bem.
A leitura do texto germinou a controvérsia.
A frase inicial, depois da correção, fica assim: