Por que ficamos de ressaca quando bebemos demais?
Pode parecer uma pergunta fácil, mas muitos não sabem exatamente a resposta. Por que ficamos de ressaca quando bebemos demais? Então vamos a uma pequena explicação.
A tão conhecida e temida ressaca é um quadro de mal-estar que surge logo após um exagerado consumo de álcool. Tem como principais sintomas: fraqueza, enjoo, dor de cabeça e uma sede praticamente sem fim. Vamos então entender porque cada um desses sintomas acontecem.
Entendendo a batalha travada pelo fígado
O nosso fígado é uma espécie de estação de tratamento do sangue. Um dos principais papéis é transformar substâncias tóxicas que foram ingeridas em substâncias não tóxicas. E é exatamente isso que acontece com álcool. O álcool é uma substância altamente tóxica, que ao chegar no fígado é transformado em ácido acético, que é uma substância que não nos faz mal. O problema é que o nosso fígado não consegue fazer essa transformação de forma rápida e direta. Antes do álcool virar ácido acético, ele é transformado em acetaldeído, que para nosso azar é uma substância ainda mais tóxica que o próprio álcool.
Portanto, quando bebemos, o nosso organismo fica inicialmente exposto a duas substâncias tóxicas. Como o nosso estômago consegue absorver o álcool em uma velocidade maior do que a capacidade de processamento do fígado, o álcool e o acetaldeído podem ficar circulando no nosso organismo por horas até que eles finalmente sejam transformados em ácido acético. Aquela terrível sensação de mal-estar que surge no final da bebedeira é em boa parte reflexo da ação tóxica do acetaldeído no nosso corpo. A amnésia do dia seguinte também é resultado de um cérebro que foi intoxicado.
Além disso, tanto o álcool quanto o acetaldeído têm ação sedativa no sistema nervoso. O problema é que o tipo de sono que eles induzem é um sono de péssima qualidade e que não é nada restaurador, ou seja, no dia seguinte, você não estará bem e com disposição. É por isso que nós acordamos muito cansados depois de beber muito álcool. Para piorar a situação, enquanto o fígado tentava desesperadamente inativar todo aquele álcool que você bebeu, ele deixou de executar funções importantes, como liberar glicose para o sangue nos momentos de jejum. Dá pra perceber o quanto sobrecarregamos o fígado quando bebemos em excesso, não é?
A fraqueza que você sente no dia seguinte também é resultado de um corpo que passou toda a noite intoxicado e lutando contra baixos níveis de açúcar no sangue. Ou seja, é o corpo travando uma verdadeira batalha para “expulsar” o álcool. Mas os problemas não param por aí, entre os vários efeitos adversos do álcool no cérebro, um dos mais importantes é a inibição do hormônio ADH, que é responsável pela quantidade de água eliminada pelos rins. Sem o ADH, os rins deixam de absorver água e a produção de urina fica muito elevada. Com o tempo, o indivíduo acaba urinando uma quantidade de líquido muito maior do que aquela que foi ingerida com as bebidas.
Esse efeito altamente diurético leva à desidratação, que é responsável pelos sintomas de boca seca, sede intensa, dor de cabeça e irritação logo ao acordar. Resumindo, a ressaca é provocada basicamente por três motivos: desidratação, hipoglicemia e efeitos tóxicos do álcool e do acetaldeído no cérebro.
Não há formulas mágicas para curar ressaca
Para finalizar, diferente do que pensam milhares de pessoas, não existe uma fórmula mágica para curar a ressaca. Ou seja, não há cafés nem fórmulas mirabolantes para curar a danada da ressaca. Três coisas básicas e fáceis que você precisa fazer no dia seguinte é beber água para tratar a desidratação, comer para melhorar a hipoglicemia e descansar para que o cérebro possa se recuperar de todo o mal que você lhe fez na noite anterior. E não custa deixar aqui aquela máxima que tanto vemos na mídia em geral, “beba com moderação”.
Uma boa dica é beber água entre alguns copos de álcool. Minimiza bastante os efeitos da ressaca. Mas isso só serve se a quantidade de álcool ingerida não for em excesso.
Comentários