O tempo parece passar cada vez mais rápido e isso tem uma explicação científica
Você já teve a sensação de que o tempo parece passar cada vez mais rápido? Já sentiu que não consegue realizar tudo o que gostaria? Com tantos estímulos e opções que agitam a nossa mente, muitas vezes acabamos perdendo o foco, mas o artigo de hoje vai trazer uma explicação científica específica sobre a “falta de tempo”. Afinal, será que o tempo está passando mais rápido mesmo?
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Vamos começar a entender
O que você enxerga quando entra em um quarto escuro onde há uma vela acesa? Você logo nota a chama, certo?
E se o local estiver completamente iluminado e cheio de objetos? Provavelmente, você levará mais tempo para se dar conta de que a vela está acesa.
O mesmo ocorre com peso. Uma pessoa pode distinguir perfeitamente a diferença entre um peso de 100 gramas e outro de 120 gramas, mas não é tão fácil diferenciar um de 200 gramas de outro de 220 gramas.
São os mesmos 20 gramas de diferença no dois casos, mas nossa percepção é alterada – e a ciência explica isso, por meio da Lei de Weber, que você vai entender a seguir.
Mas, e sobre o tempo, será que isso também acontece?
Um algoritmo
Ernst Heinrich Weber (1795-1878) foi um renomado médico alemão que, no século 19, desenvolveu um importante trabalho nos campos da fisiologia e da psicologia. O médico foi o primeiro a se dar conta desse fenômeno e a colocá-lo em uma equação. A fórmula foi melhorada por um psicólogo da mesma época, o também alemão Gustav Theodor Fechner (1801-1887).
A lei diz que, quando são comparados dois estímulos pequenos, basta uma diferença mínima para reconhecê-los perfeitamente. Porém, se sua dimensão é maior, os dois elementos devem ser muito diferentes entre si para nos darmos conta.
Por isso, com os pesos, ainda que sejam 20 gramas de diferença em ambos os casos, é mais fácil distinguir a diferença de peso das peças menores. O mesmo se dá com a vela em um quarto escuro.
O tempo
A mesma lei também se aplica à passagem do tempo e explica porque ele parece se acelerar à medida que ficamos mais velhos.
“Ainda que um ano tenha a mesma duração, a relação entre a duração de um ano e o tempo total que você já viveu fica cada vez menor”, explica a matemática Hannah Fry em um vídeo do Numberphile, um interessante canal do YouTube especializado na ciência dos números.
Na prática, quanto mais anos você já viveu, menos vai tendo a percepção do tempo atual com relação ao todo. Por isso, quando somos crianças, parece que o tempo está demorando a passar em diversas ocasiões e, quando mais velhos, parece que o tempo voa.
Fry usa como exemplo as penas de prisão. “Você sente menos um período de três meses atrás das grades do que um de seis meses. Mas o mesmo não se aplica a uma pena de 20 anos e uma de 20 anos e três meses”, explica.