Ficar em casa nos fins de semana não é mais vergonha. Entenda o novo rolê dos jovens
Basta se aproximar o fim de semana e começamos a ver pipocar diversas postagens com #sextou nas redes sociais. A novidade é que a curtição agora não se limita apenas a sair, dançar e beber com os amigos. Ficar em casa e ter um tempo só seu deixou de ser motivo de vergonha. Netflix, vinho, roupas confortáveis, cuidado pessoal e outros mimos fazem parte da nova modalidade.
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- Instagram é a rede social mais prejudicial à saúde mental.
- Às vezes a vida é como tomar sopa de garfo.
As vantagens de ficar em casa
Quem saiu na sexta à noite, cansado depois de uma semana inteira de trabalho, gastou para entrar na balada e beber drinques com preços abusivos, só para acordar de ressaca no dia seguinte, não parece ter tirado muita vantagem da saída, né?
Existem tantas boas opções para se divertir online sozinho, que para muitos sair de casa pode parecer até desnecessário. A 19° Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2018-2022 da PwC, que analisou os gastos dos consumidores e anunciantes em 15 segmentos de entretenimento e mídia em 53 países, mostra que o peso da internet na diversão já é grande, e não deve parar de crescer.
Segundo o estudo, em 2017, 37% dos gastos do consumidor com entretenimento e mídia foram destinados ao acesso à internet. Em 2022, serão mais de 50%. Games e e-sports puxam esse crescimento.
Os jovens estão saindo menos
Nos Estados Unidos, uma pesquisa da Mintel (agência de inteligência de marketing) aponta que o rolê dos millennials é bem mais caseiro do que o da geração dos baby boomers. Entre aqueles com idades de 24 a 31 anos, 28% disseram que preferem beber em casa, porque sair dá muito trabalho. Em contraste, apenas 15% daqueles de 54 a 72 anos concordam que é muito esforço sair para beber.
As opções de entretenimento solo estão aumentando. Hoje em dia não é preciso nem passar do portão para comer, beber, conversar com os amigos ou paquerar. Aliás, não é preciso nem sair do sofá.
Por que isso acontece?
Será que os apps estão diminuindo nossa necessidade (e vontade) de sair de casa, ou eles são uma resposta do mercado à demanda dos consumidores? A psicóloga Josie Conti ressalta que ficar em casa é uma forma de proteção, tanto para escapar da violência quanto contra os desafios comportamentais que possam surgir na interação com o outro.
“A casa é como um útero, o local mais seguro, mais confortável, onde ninguém está me confrontando. É uma delícia, mas também pode representar medo e falta de adaptabilidade em lidar com o mundo”, afirma. Pelo celular, dá para se manter com mais facilidade dentro das bolhas (sempre elas). Mas isso vem se espalhando também no “mundo real”.
O isolamento, quando passa dos limites, precisa ter o acompanhamento de uma ajuda especializada para que a pessoa possa voltar a ter uma vida social saudável.