Estudo mostra que pessoas comem mais rápido e engordam com comida ultraprocessada
As comidas rápidas são uma grande realidade nesse mundo apressado em que vivemos. A ideia de juntar o máximo de sabor, em pouco tempo, num lanche apetitoso pode parecer tentadora, mas não é muito saudável. O estudo que você conhecerá hoje foi o primeiro a conectar o ganho de peso com o consumo de alimentos que passam por diferentes processos industriais.
O que são os alimentos ultraprocessados?
São alimentos que passaram por técnicas e processamentos com alta quantidade de sal, açúcar, gorduras, realçadores de sabor e texturizantes. Estes alimentos possuem um perfil nutricional danoso à saúde. Por serem hiperpalatáveis, ou seja, acentuam muito sua palatabilidade ou aceitação pelo paladar da maioria da população, danificam os processos que sinalizam o apetite e a saciedade e provocam o consumo excessivo e “desapercebido” de calorias, sal, açúcar, etc.
Descobertas sobre a comida ultraprocessada
Uma importante pesquisa mostra que consumir alimentos ultraprocessados faz com que as pessoas comam mais e engordem com mais facilidade. Esse grupo de comidas compreende produtos que tendem a passar por uma série de etapas de fabricação ao serem produzidas e contêm ingredientes que resultam da fabricação industrial de alimentos, como óleos hidrogenados, xarope de milho rico em frutose, agentes aromatizantes e emulsificantes.
O estudo foi feito em pequena escala, mas seus resultados apontaram para suspeitas que os especialistas já tinham há algum tempo. “Esse é o primeiro estudo a demonstrar a causalidade — os alimentos ultraprocessados fazem com que as pessoas comam muitas calorias e ganhem peso”, disse Kevin D. Hall, membro da pesquisa, de acordo com o EurekAlert.
No experimento, 20 voluntários foram divididos em dois grupos: um que consumiu alimentos ultraprocessados e o outro, não. As pessoas do primeiro grupo comeram mais rapidamente, ingeriram cerca de 500 calorias a mais por dia e engordaram entre um e dois quilos no período, se comparadas com quem teve uma dieta menos industrializada.
“Precisamos descobrir que aspecto específico dos alimentos ultraprocessados afetou o comportamento alimentar das pessoas e os levou a ganhar peso”, afirmou Hall. “O próximo passo é projetar estudos similares com uma dieta ultraprocessada reformulada para ver se as mudanças podem fazer com que o efeito da dieta sobre a ingestão de calorias e o peso corporal desaparecem.”
Mesmo que os estudiosos ressaltem que o consumo de alimentos menos processados seja melhor para a saúde, eles compreendem que manter hábitos mais naturais é também mais difícil. “Temos que estar conscientes de que é preciso mais tempo e mais dinheiro para preparar alimentos menos processados”, relatou o especialista.