Por que o Brasil não investe em ferrovias?
Principalmente quando acontece uma greve no setor de transportes rodoviários, percebemos como o Brasil é vulnerável e depende desse tipo de locomoção cara e poluente. Nosso país só teria a ganhar aumentando a malha ferroviária: menos poluição, frete mais barato, menos acidentes. Então por que o Brasil não investe em ferrovias?
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O transporte ferroviário é mais rápido, mais barato e menos poluente, e poderia impulsionar a infraestrutura brasileira, além de reduzir os gargalos logísticos do país. Este transporte é amplamente utilizado em países mais inteligentes e desenvolvidos. Então, por que as ferrovias, que na teoria trariam tais benefícios, não “decolam” por aqui?
Para especialistas do setor, que participaram da sétima edição do Congresso Brasil nos Trilhos, há alguns fatores travando esse desenvolvimento.
O principal desses fatores é que falta continuidade nos projetos de planejamento logístico do país. Já que a construção de novas ferrovias é um projeto de longo prazo, esse plano acaba sendo prejudicado pelas trocas de governo no Brasil, que normalmente significam o abandono de projetos antigos em nome de renovação da agenda. Essa triste realidade prejudica não só a infraestrutura, mas todas as áreas que precisam de esforços contínuos de longo prazo.
Outro problema, segundo Raymond Atkins, ex-conselheiro do Surface Transportation Board, nos Estados Unidos, é que o prazo das concessões ferroviárias no Brasil, que hoje dura 30 anos, é muito curto.
“O planejamento de uma ferrovia é de longo prazo, estamos falando em 60, 70 anos. É absurdo ter que renegociar com o governo nesse prazo que vocês têm. Vocês precisam se perguntar se o modelo de ferrovia funciona assim mesmo”, falou à revista Exame.
Confira o que o país poderia ganhar com as ferrovias:
- Redução de conflitos urbanos (menos atropelamentos e menos congestionamentos dentro das cidades);
- Redução de acidentes;
- Aumento da capacidade de transporte (já que os vagões comportam mais carga que os caminhões);
- Redução do custo de transporte ferroviário em relação ao atual, devido à maior eficiência operacional proporcionada pelos investimentos;
- Redução da emissão de poluentes devido à migração de cargas da rodovia para a ferrovia.